Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

“Não vou sair do campo pra poder ir pra escola, Educação do campo é direito e não esmola” (Gilvan Santos).

No último dia 22, no secretariado pastoral da Diocese de Campina Grande, ocorreu a reunião do Fórum Paraibano de Educação do Campo, com a presença de organizações, redes e instituições de ensino que vêm fortalecendo um modelo contra-hegemônico de educação na Paraíba: contextualizada, gratuita e de qualidade.

O fórum foi dividido em dois momentos: um para analisar a conjuntura agrária e outro para discutir o Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO). No debate, destacou-se a percepção do mundo em que vivemos, ressaltando que atravessamos uma crise ambiental que envolve não apenas mudanças climáticas, mas também geopolíticas. Foi pontuado que países historicamente considerados subdesenvolvidos ou do Sul global compõem um bloco econômico e político contra-hegemônico em relação aos países imperialistas. Esse cenário, especialmente na América Latina, aflora uma ofensiva de caráter fascista-colonial do imperialismo.

Esse contexto se soma, no Nordeste, à disputa por recursos naturais entre grandes empreendimentos de energia, hidroagronegócio, especulação financeira e imobiliária e os territórios camponeses. Nessa arena de conflitos, também se insere a disputa por um modelo de educação, segundo ponto discutido no fórum.

Foi ressaltada a importância do PRONACAMPO para fortalecer esse modelo e os territórios camponeses, já que o programa constitui um conjunto articulado de ações de apoio aos sistemas de ensino. Seu objetivo é ampliar o acesso e qualificar a oferta da Educação Básica e Superior, melhorar a infraestrutura das escolas, promover a formação inicial e continuada de professores e produzir materiais específicos aos estudantes, em todas as etapas e modalidades de ensino.

Dentro de seus eixos (formação; multisseriação; currículo e livro didático; ação climática e agroecologia; pesquisa, avaliação e monitoramento; difusão dos saberes e transversalidades; e coordenação federativa) foi aprofundado o debate sobre a coordenação federativa, que prevê a participação social no controle do programa.

Também foi discutido como será feita a escolha dos agentes territoriais, 41 ao todo, distribuídos nos 15 territórios de ensino do estado, que terão o papel de animar esse processo de controle e incidência. O fórum encerrou-se com encaminhamentos e uma breve avaliação.

 

Texto: Emmanuel Barbosa
Fotos: Arquivo Equipe da CPT Campina Grande (PB)

 

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